As perspectivas de escassez e degradação da qualidade dos recursos hídricos do planeta colocaram no cerne das discussões globais as necessidades de adoção do planejamento e do manejo integrado dos recursos hídricos. As estimativas do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas apontam que até o ano de 2025 o número de pessoas que vivem em países submetidos à grande pressão sobre os recursos hídricos passará dos cerca de 700 milhões atuais para mais de três bilhões.
Apesar de ocupar quase metade da área da América do Sul e de ter em torno de 60% da Bacia Amazônica, que escoa um quinto do volume de água doce do mundo, há áreas críticas, onde a escassez deixou de ser apenas uma ameaça. Com três bacias hidrográficas que contêm o maior volume de água do mundo – Amazonas, São Francisco e Paraná -, o Brasil busca servir de exemplo na eficácia da gestão de seus recursos hídricos.
Outro ponto prioritário para o Brasil no campo dos recursos hídricos são as águas subterrâneas. A reserva estimada para o País é de 112 mil km³ e a maior parte deste volume se encontra no Aquífero Guarani, o maior manancial de água doce transfronteiriça do mundo, com uma área de 1,2 milhão de km², estendendo-se pelo Brasil (840 mil km²), Paraguai (58,5 mil km²), Uruguai (58,5 km²) e Argentina (225 mil km²). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16% dos municípios brasileiros utilizam exclusivamente a água subterrânea para o abastecimento.
No mundo, 1,2 bilhão de pessoas não tem acesso a água potável e cerca de 5 milhões morrem a cada ano por doenças simples relacionada à falta de abastecimento. Já o Brasil conta com 12% dos recursos hídricos do planeta. Por isso, o volume distribuído por pessoa é 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela ONU – de 1.700 m³/s por habitante por ano. No entanto, esse recurso vital não chega para todos os brasileiros na mesma quantidade e regularidade.
As características geográficas de cada região e mudanças de vazão dos rios, que ocorrem devido às variações climáticas ao longo do ano, acabam afetando a distribuição de água no território nacional. Mesmo assim, o volume de recursos hídricos é suficiente para atender 57 vezes a demanda atual do país. O consumo humano, na média nacional, equivale a cerca de 1/3 do total de água utilizada no Brasil. Já a irrigação consome 46% dos recursos e as atividades industriais, 18%.
Nas duas últimas décadas, foram desenvolvidos mecanismos e ações voltadas para tornar a água de boa qualidade disponível para as gerações atuais e futuras, diminuir os conflitos do uso da água e ampliar a percepção da conservação da água como um valor social e ambiental de alta relevância.
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